The Dark Tower

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(Imagem: divulgação)

2017 é o ano das adaptações, principalmente para Stephen King. It, The mist, Mr. Mercedes, entre outros que virão. Nessa última quinta-feira, 24/08/2017, foi a vez de The Dark Tower, a maior obra-prima do autor e talvez a maior das expectativas para seus leitores.

Na época da sua divulgação, a maior surpresa foi o papel do protagonista, Roland Dechain, ser dado a Idris Elba. No livro, Roland é descrito como branco (com queimaduras de sol), cabelos desgrenhados, olhos azuis e barba por fazer, já com seus muitos anos rodados apesar de aparentar estar na casa dos 45~50.  Eu sempre vi a imagem de Roland espelhada a de Clint Eastwood em seus filmes de faroeste. Elba é negro, muito alto e imponente, e fez um papel maravilhoso como Roland!

A aposta dos diretores foi alta e um tanto arriscada. Houveram muitas sobrancelhas erguidas, pois era bem difícil imaginar um novo Roland mentalmente. Elba pegou todas as críticas como um barril de balas sendo carregada nas armas de Roland. Os detalhes físicos foram meros coadjuvantes. Ele encarnou como ninguém todo o espírito do pistoleiro, e a produção de efeitos visuais deixou que um easter-egg remetesse ao Roland do livro: os olhos azuis, sempre descritos na hora em que ele atirasse, foram colocados nas armas como um reflexo ou tipo de aura que passava do pistoleiro para elas. (Sim. Acredito cegamente que isso seja um easter egg).

Jake Chambers, interpretado por Tom Taylor, teve um pouquinho menos de impacto. Achei ele adaptável demais para as situações que ocorriam no filme. Muito do tipo Jake pós-Terras Devastadas. Não que isso fosse ruim, porque construiu um personagem forte, mas foi tudo muito rápido. Gostaria de ter visto aquele Jake chorão e com cara de Macaulay Culkin criança evoluindo com o filme.

Já o antagonista, o Homem de Preto, Walter, achei tão sensacional quanto Roland. Matthew McConaughey interpreta um vilão mais ativo que no livro, mas tão sádico quanto. Não chega a ser tão carismático, pois o filme é bem curto, mas deixa um q de perigo iminente por trás do sorriso malicioso e da voz profunda e suave, característica tiradas do livro.

Filme esse com easter eggs atrás de easter eggs. Contei uns 4 (um deles dado por um amigo no trailer), mas soube que há 10 sobre outras obras de Stephen King.

Quanto ao filme… é… achei que foi rápido demais como disse no parágrafo do antagonista. Há uma relação construída entre pistoleiro/menino através de insights (ou toque) que Jake tem antes de partir para o mundo Médio. Não sei se há uma referência a Alain quanto aos sentimentos de Roland em confiar em Jake, mas esse elo construído, apesar de quase instantâneo, foi um ponto forte. Assim como a de Roland com Walter que vinha de longa data, porém construído baseado em vingança.

A Torre Negra é um bom filme. Havia margem para ser ainda melhor. O ponto forte com certeza foram os personagens e a ambientação do Mundo Médio. Talvez não agrade os mais conservadores, mas também não achei que é um filme para os de primeira viagem.